Especialista reforça as principais infecções vaginais e suas formas de tratamento para evitar a recidiva
INFECÇÕES VAGINAIS são bastante RECORRENTES entre as mulheres, e muitas acabam não dando a DEVIDA ATENÇÃO a elas. Indicações de remédios caseiros ou de medicamentos que primas, amigas ou vizinhas testaram, são bastante comuns quando se trata de curar alguma doença. “Ainda tem aqueles casos que, antes de procurarem o médico, fazem o tratamento por si, porque acham que é uma infecção urinária ou porque a vizinha já usou aquele creme vaginal e fala que foi bom pra ela. Isso acaba fazendo com que essas infecções tenham uma incidência bem grande no nosso meio”, relata o Dr. Affonso Celso Vieira Marques, Ginecologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Uma vez que se obtém o diagnóstico correto da enfermidade, o SUCESSO DO TRATAMENTO correto se dá, de fato, com a ADERÊNCIA a ele. “Esse aspecto do tratamento melhorou bastante. Depois de ter um diagnóstico correto, elas acabam seguindo-o… Algumas não, e esperam chegar às últimas consequências, sempre achando que podem melhorar. E acabam em algum pronto-socorro, de madrugada, porque já não conseguem mais dormir, ter uma qualidade de vida aceitável” enfatiza o médico.
INFECÇÕES VAGINOSES – TRICOMONÍASE
No caso das infecções vaginoses como a Tricomoníase, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis – e considerada uma doença sexualmente transmissível (DST) – o CORRIMENTO FÉTIDO, em grande quantidade e de aspecto bolhoso constitui o sinal mais visível de que se contraiu o problema. “Quando ela (a mulher) faz a higiene local, ou depois da relação (sexual), vai dar um odor muito desagradável, porque vai diminuir o nível desses lactobacilos da vagina e isso, durante a relação vai INCOMODAR O PARCEIRO E A PRÓPRIA MULHER DEPOIS DO ASSEIO DELA”, explica o Dr. Affonso. “Ela mesma vai SE POLICIAR PARA FAZER O TRATAMENTO PARA NÃO TER MAIS ESSA QUEIXA”, conclui.
A primeira medida a ser tomada é a ABSTINÊNCIA SEXUAL; em paralelo, a administração do ANTIBIÓTICO adequado e quimioterápicos, sendo obrigatório o TRATAMENTO CONJUNTO DO PARCEIRO para não haver a reinfecção.
A Tricomoníase causa dores e pode levar a outras DSTs também, se não for dada a devida importância e cuidado.
INFECÇÕES FÚNGICAS – CANDIDÍASE
A candidíase é das infecções que MAIS ACOMETEM AS MULHERES e a que mais gera RECIDIVA nesse sentido. Ela é causada pelo FUNGO CÂNDIDA, presente na flora vaginal – só que numa pequena quantidade. Quando há um desequilíbrio e a proporção aumenta significativamente, os indícios começam a aparecer: coceira muito intensa, corrimento tipo coalhada e fissuras na pele próximas à vagina, que levam à dor e ao odor ao urinar.
O QUADRO É BASTANTE SIMILAR AO DA INFECÇÃO URINÁRIA e pode conduzir à especialidade errada, resultando no medicamento incorreto, o mais grave de tudo:“O uso de antibiótico pode provocar uma diminuição dos lactobacilos, bactérias que também habitam naturalmente o meio vaginal, e isso proporciona um aumento da quantidade da cândida”, conta Dr. Affonso. Além dessa, outras condições influenciam na harmonia entre os lactobacilos e a cândida, como a baixa imunidade, diabetes mal controlada e até excesso de carboidratos, coloca o médico.
O ANTI-FÚNGICO (VIA ORAL OU VAGINAL) – e somente ele! – é que debela a candidíase. Ela não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), embora exista a chance de contaminação oral-genital, porque pode afetar moças em condições especiais, que nunca tiveram relação sexual, por exemplo.
Se mal tratada, ou se houver QUATRO OU MAIS EPISÓDIOS NUM ANO, deve-se fazer uma INVESTIGAÇÃO MAIS A FUNDO e um tratamento a LONGO PRAZO a fim de checar a causa dos acontecimentos.
Infecções pelos agentes etiológicos que causam as MIPAs (Moléstia Inflamatória Pélvica Aguda) ou DIPAs (Moléstia Inflamatória Pélvica Aguada) – CLAMÍDIA E GONOCOCO
A clamídia, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e o gonococo, popularmente conhecido como GONORREIA, têm que ser tratados com ANTIBIÓTICO e, o quanto antes, melhor. São DSTS e podem ocasionar inflamações agudas, chamadas MIPAs ou DIPAs, na região pélvica.
Nos dois, o CORRIMENTO vem de dentro do útero e em FORMA DE PUS; a probabilidade de ocorrerem sintomas sistêmicos, como FEBRE ou ASTENIA aumenta bastante, esclarece Dr. Affonso. “As bactérias podem SUBIR PARA O ÚTERO, ATINGIR A TROMPA e, no caso de infecções crônicas, podem CAUSAR UM ABCESSO – chamado tubo ovariano; que num passo mais adiante e dependendo do tamanho, precisará até de um PROCEDIMENTO CIRÚRGICO”, ele complementa.
ATENÇÃO ÀS ROUPAS ÍNTIMAS!
“A infecção fúngica (CANDIDÍASE) acaba se manifestando mais em ÉPOCAS DE CALOR. A mulher sua mais e geralmente usa aquelas ROUPAS ÍNTIMAS COM TECIDO SINTÉTICO. Aquilo provoca um abafamento da região genital, fazendo com que os fungos se proliferem”, o médico alerta. Por isso a recomendação é a de optar por CALCINHAS DE ALGODÃO, só por precaução!
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